Precisamente, no dia 14 de junho de 1896, era fundado o primeiro jornal de São José, “O Sul”. Totalmente manuscrito, no formato de 13,5 X 21 cm, custando 1$000 réis o preço de uma assinatura trimensal; o número avulso era vendido a 40 réis. Órgão republicano, seu autor era um jovem de 12 anos, João Otaviano do Nascimento Ramos, neto do rábula (advogado que, não possuindo formação acadêmica em Direito - bacharelado, obtinha a autorização do órgão competente do Poder Judiciário - no período imperial, ou da entidade de classe - primeiro do Instituto dos Advogados; a partir da década de 30 da OAB, para exercer, em primeira instância, a postulação em juízo) Manoel do Nascimento Ramos. Teve curta duração, não se sabe ao certo quanto tempo.
Data de 1898 a segunda tentativa de se fundar um jornal em São José. Intitulado “A Penna”, também totalmente manuscrito, era seu diretor-redator e gerente o mesmo João Otaviano do Nascimento Ramos, autor de “O Sul”, de dois anos antes. Feito exclusivamente à pena, com artigo de fundo, noticiário e anúncios, não escapou, todavia, à crítica, havendo quem lhe apontasse erros.
O jovem josefense, Otaviano Ramos, também participou da fundação do Grêmio Literário Cruz e Sousa, ainda no município de São José, em 1905, juntamente com outros jovens. Foi montada uma razoável Biblioteca, com local próprio e acomodações. Porém, este grupo não teve vida longa devido à saída da cidade de alguns dos membros principais.
Poeta e jornalista renomado, Otaviano Ramos foi colaborador da Revista Catarinense, fundada em 1911, em Laguna, sob a direção de José Johanny e considerada, à época, uma das melhores revistas já publicadas em Santa Catarina. Mais tarde, em 21 de setembro de 1924, fundou em Blumenau o jornal “A Cidade”, que existiu por mais de 20 anos. Integrou ainda, em 1929, a direção do jornal “O Apóstolo”, órgão da Congregação Mariana Nossa Senhora do Desterro.
A partir de dezembro de 1910, São José passa a ter um correspondente no jornal da Capital chamado “Épocha”. Não se tem registro de quem era tal correspondente.
Em 1912, surgia em São José o primeiro jornal impresso, “O Astro”. Folha independente, semanal, tinha como diretor o josefense Francisco de Paula e Souza. Em suas páginas, podiam ser acompanhadas notícias da cidade, anúncios, publicações legais, além de crônicas. Foi responsável por noticiar a chegada da iluminação elétrica em São José, em 9 de novembro de 1913, depois de muito abordar a sua falta em seus primeiros números.
O redator de “O Astro” também imprimia programas de festas, cinema e Teatro. Lançado em 15 de janeiro de 1912, funcionou até setembro de 1914, pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial. Em seu Nº 66, anunciava, em letras garrafais, a venda de sua tipografia com todos os seus pertences, em razão de seu proprietário estar doente e ter de mudar de residência.
Passados aproximadamente cinco anos, a imprensa em São José se manifestaria novamente. Em 1919, mais precisamente no dia 1º de janeiro, era fundado um novo jornal, “Luz”, órgão dos interesses do Município, como dizia seu slogan. Seu proprietário era o Coronel Carlos Napoleão Poeta, eleito Superintendente Municipal (atual cargo de prefeito), pela vontade popular, para o quadriênio de 1919 a 1922. O periódico era semanal, dispunha de vários redatores e publicava notícias diversas do Município, principalmente destacando as atividades culturais como teatro e cinema. Sua existência foi curta, encerrando suas atividades em junho de 1919.
Em janeiro de 1926, também no dia 1º, nascia um novo jornal em São José, “O Josephense”. Seu redator-chefe era Pompilio da Independência Cláudio, e gerente, no 1º número, Andrezo Ferreira, e nos números seguintes, Joaquim Domingues. A partir de 7 de março de 1926, “O Josephense” mudou de redator-chefe, por motivo de viagem do titular, assumindo Antônio Epiphanio dos Santos, conhecido como Antoninho Professor. Este semanal tinha o propósito, conforme publicado em seu primeiro número, de visar o progresso, o desenvolvimento do município, além de cooperar para o bem estar comum. Narrava os grandes acontecimentos em São José, além de dedicar espaço à cultura, destacando as sessões do Cine York (cinema josefense). Dispunha de uma ampla gama de anunciantes, além de publicações legais.
O terceiro jornal impresso do município surgiria em 21 de abril de 1929, intitulado “O Município”. Tinha como diretor-gerente, Orlando Filomeno, e redatores Osmar R. da Silva, Oslin de Souza Costa e Reynaldo Filomeno. Publicação semanal de notícias diversas e com grande número de anunciantes. A sede da redação era o mesmo local onde funcionava antes “O Josephense”. Seu período de existência é desconhecido, mas é possível que, como os outros, tenha tido vida curta.
É certo que, com a proximidade da Capital, São José tenha, durante muito tempo, se valido dos jornais de Florianópolis para divulgar seus acontecimentos, inclusive publicando editais nos jornais da cidade vizinha.
O acervo do Arquivo Público Municipal passa a contar com arquivos de jornais somente a partir de 1980, ficando uma lacuna de cerca de 50 anos, sem se saber, ao certo, se durante este tempo São José teve outros jornais.
Atualmente existem alguns jornais com sede em São José, mas que noticiam a Região Metropolitana de Florianópolis. Apenas dois jornais se dedicam a publicar, exclusivamente, notícias de São José, o Jornal de Barreiros (fundado em 1991), que apesar de levar o nome de um bairro, traz notícias de todo o município; e o Jornal “Oi São José” (fundado em 1994),“O Jornal verdadeiramente josefense”, que tem seu conteúdo totalmente voltado para os acontecimentos do município.
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